Compostos Iónicos
Subtema 3.5
Sumário: Fórmulas Químicas de Substâncias Iónicas
Aprendizagens Específicas:
Conteúdos a Lecionar:
Os iões estão na origem das substâncias iónicas. Estes corpúsculos são portadores de cargas eléctricas. Os fenómenos eléctricos explicam-se admitindo a existência de cargas eléctricas. Por exemplo, pode verificar-se que alguns materiais, em determinadas condições, adquirem novos comportamentos que se explicam a partir do fenómeno da electrização dos materiais. Por exemplo, na atmosfera, as nuvens podem armazenar grandes quantidades de cargas eléctricas e estas manifestarem-se durante uma trovoada com a formação de relâmpagos:
A acumulação destas cargas eléctricas tem origem na fricção das nuvens com as massas de ar. Assim, a fricção de determinados materiais pode estar na origem destes fenómenos eléctricos:
Este fenómeno eléctrico pode ser comprovado em laboratório com a ajuda de um Electroscópio de Folha:
É ainda possível recriar algumas destas situações com equipamentos específicos, capazes de electrizar materiais como o Gerador de Van de Graaff.
Isto quer dizer que os materiais ao serem friccionados adquirem cargas eléctricas. Todos os materiais electrizados atraem ou repelem outros materiais também electrizados.
Acredita-se na existência de dois tipos de carga, positiva e negativa, que em equilíbrio não são perceptíveis. Quando há tal igualdade ou equilíbrio de cargas num corpo, diz-se que está electricamente neutro. É o que sucede com os átomos, que são corpúsculos electricamente neutros, isto é, o número de cargas positivas (protões) é igual ao número de cargas negativas (electrões).
Por exemplo, um átomo de berílio (Be) apresenta 4 protões no seu núcleo. Assim, na sua núvem electrónica, o berílio apresenta igual número de electrões: 4.
Estes fenómenos eléctricos manifestam-se evidenciando forças de natureza repulsiva e forças de natureza atractiva: repulsões e atrações elétricas.
Dois materiais electrizados que se atraem apresentam carga eléctrica de natureza oposta: cargas de sinal contrário.
Dois materiais electrizados que se repelem apresentam carga eléctrica da mesma natureza: cargas do mesmo sinal.
Este facto pode ser confirmado aproximando corpos previamentes electrizados e observando a interacção entre eles:
Nota:
Tipos de Cargas Eléctricas
• Os nomes atribuídos às cargas eléctricas são perfeitamente arbitrários. Designam-se por carga eléctrica positiva e carga eléctrica negativa.
• Cargas eléctricas do mesmo sinal repelem-se e cargas eléctricas de sinal diferente atraem-se.
Os átomos (ou grupo de átomos) podem ganhar ou perder electrões. Quando ganham electrões, originam novos corpúsculos com carga eléctrica negativa. Chamam-se iões negativos ou aniões.
Quando perdem electrões, formam novos corpúsculos com carga eléctrica positiva. Designam-se por iões positivos ou catiões.
Nota:
Os iões podem ganhar ou perder mais do que um electrão. Os iões resultantes são iões polielectrónicos visto que, nestas condições, apresentam mais do que uma carga em excesso.
O Anião Oxigénio:
O Catião Magnésio:
O Catião Boro:
Os iões positivos e os iões negativos representam-se simbolicamente. No quadro que se segue indicam-se o nome e a representação simbólica de alguns iões positivos e iões negativos que se podem encontrar em águas minerais.
Nalgumas embalagens, os iões são indicados simbolicamente:
Noutras apenas é referido o nome dos iões presentes. Em qualquer dos casos é sempre feita referência às quantidades presentes de cada um dos iões (concentração).
Nota:
Regras para a Representação Simbólica dos Iões
• 2.° Se os iões são negativos, coloca-se um índice indicando o número de cargas negativas em excesso no lado direito e ligeiramente acima do símbolo do elemento. O número de cargas negativas indica o número de electrões que o átomo ganhou.
Os iões que apresentam apenas um átomo na sua constituição dizem-se iões monoatómicos. Aqueles que apresentam mais do que um átomo, dizem-se poliatómicos.
Nota:
Iões Monoatómicos:
Iões Poliatómicos:
Condutibilidade Eléctrica de Soluções Salinas:
O cloreto de sódio, o vulgar sal de cozinha, é uma substância formada por iões cloreto (aniões) e iões sódio (catiões). Os iões combinam-se constituindo aglomerados gigantes que se designa de rede cristalina de iões. Assim, não existem aglomerados isolados constituidos por apenas dois iões de sinal oposto, NaCl!
Assim, a fórmula química do cloreto de sódio, NaCl, representa a proporção mínima em que se combinam os iões cloro e sódio na rede cristalina.
No entanto, estes aglomerados de iões que constituem a rede cristalina não é uma compactação aleatório dos iões que apenas respeita a proporção mínima das cargas, mas antes uma estrutura gigante e ordenada de iões.
De acordo com a natureza dos iões, existem diversos empacotamentos possíveis para a rede cristalina do composto iónico.
O cloreto de sódio, no estado sólido, é um mau condutor eléctrico. No entanto, em solução aquosa ou fundido, conduz a corrente eléctrica, porque os iões constituintes do cristal de cloreto de sódio separam-se uns dos outros, sendo atraídos para os respectivos eléctrodos. É este movimento que corresponde à circulação da corrente eléctrica.
Fórmulas Químicas de Substâncias Iónicas:
A representação dos iões permite escrever as fórmulas químicas das substâncias iónicas, nas quais esses iões estão presentes.
Nota:
Escrita da Fórmula Química de Substâncias Iónicas
• 2.° O número de cargas eléctricas positivas deve ser igual ao número de cargas eléctricas negativas, porque as substâncias são electricamente neutras.
Na escrita da fórmula química de uma substância iónica deve escrever-se primeiro o ião positivo e depois o ião negativo. Deve em seguida procurar-se a proporção de gargas eléctricas entre o catião e o anião, por forma a obter um conjunto electricamente neutro.
Óxido de Alumínio:
Seguem-se alguns exemplos de escrita de fórmulas iónicas, (fórmulas químicas de compostos iónicos):
Cloreto de Cobre (II):
Sulfato de Zinco:
Cromato de Potássio:
Fosfato de Zinco:
Cassiano Augusto Luna Rosário
Sou docente de Física e Química em Vila Real - Trás-os-Montes.
Licenciado em Ensino pela UTAD, leciono atualmente na ES Camilo Castelo Branco.