Aprendizagens Específicas:
Conteúdos a Lecionar:
Os sons que nos rodeiam não se medem pelas suas intensidades, mas antes através da escala decibel. Esta escala permite avaliar o nível sonoro, ou nível de intensidade sonora. Exprime-se em decibel (dB) e tem este nome em honra do cientista escocês Alexander Graham Bell, habitualmente referido como o inventor do telefone:
A escala decibel varia entre 0 dB e 160 dB. Começa em 0 dB, que corresponde ao limite mais baixo da audibilidade humana por ser o nível sonoro mínimo para o qual um som se pode ouvir, (com a frequência de 3000 Hz). O valor de 130 dB corresponde ao limite superior da audição humana por ser o nível sonoro máximo a partir do qual, um som com a frequência de 20000 Hz, pode causar danos à saúde. É já o limite da dor. A 160 dB ocorre a perfuração instantânea da membrana do tímpano.
Toma Nota:
O limite máximo e o limite mínimo de audibilidade variam de pessoa para pessoa. Por exemplo, o limite máximo diminui quando a idade aumenta, é a chamada presbiacusia. No chamado campo auditivo relacionam-se os níveis sonoros com as frequências dos sons. A mancha indica os sons que o ouvido humano consegue ouvir:
O nível sonoro mede-se com um aparelho chamado sonómetro. Há vários tipos de sonómetros, sendo os mais comuns semelhantes a um microfone:
Os sonómetros são instrumentos de grande utilidade na monitorização do som em espaços ruidosos. O seu transporte para os locais de medição deve, preferencialmente, efetuar-se com os cuidados devidos:
Existem sonómetros que funcionam como alarmes preventivos e outros que, além de monitorizar o nível sonoro, detetam e analizam graficamente o espetro das vibrações acústicas:
O nível sonoro está relacionado com a amplitude da onda sonora. Assim, quando maior é a amplitude da onda, maior é o nível sonoro:
É no entanto necessário algum cuidado na interpretação da variação dos valores obtidos para o nível sonoro com o sonómetro, isto porque a Escala Decibel não apresenta progressão proporcional. Por exemplo, uma variação de 110 dB para 115 dB, representa uma variação da energia sonora muito superior do que igual variação dos 80 dB para os 85 dB:
Na figura que se segue, exemplificam-se algumas situações do dia a dia e seus respetivos valores médias do nível sonoro:
A energia sonora é a energia associada à onda sonora, isto é, às ondas de pressão do som. Por exemplo, quando se toca piano, a energia de vibração das cordas converte-se em energia sonora. A energia sonora pode estar na origem de níveis sonoros que são prejudiciais à nossa saúde. Para valores do nível sonoro de 75 dB, sentimos stress elevado e há potencial perda de audição.
Qualquer pessoa, e os trabalhadores em partícular, se regularmente sujeitos a níveis sonoros elevados têm de usar protetores auditivos:
Em determinadas profissões, o uso de protetores auditivos é obrigatório e está regulamentado por normas europeias e internacionais:
Os protetores auditivos podem assumir, conforme a utilização a que se destinam, diferentes aspetos e capacidades de absorção e atenuação sonora. Podem apresentar-se na forma de auscultadores de proteção, protetores auriculares ou de tampões auditivos:
Em qualquer dos casos é muito importante respeitar, em determinados locais, a sinalização relativa à proteção auditiva:
Por outro lado, as instruções para uma correta aplicação dos protetores auriculares (tampões) deve ser respeitada:
Quando ouvimos os sons, funcionamos como recetores de ondas sonoras. Para isso possuímos duas orelhas que nos permitem saber de que lado vêm os sons. O ouvido humano tem três secções distintas: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno:
Os nossos ouvidos são muito eficientes, sendo tão sensíveis às frequências sonoras como os melhores microfones. O ouvido possui uma arquitetura complexa que lhe permite transformar uma onda de pressão (som) num impulso elétrico para o cérebro interpretar.
O ouvido interno apresenta um sistema de proteção contra ruídos muito intensos. No entanto, as pessoas expostas a níveis sonoros elevados podem apresentar danos nas células sensoriais da cóclea. Médicos de audiologia demonstraram que isso acontece em pessoas que ouviram música rock durante 23 horas em 60 dias. Os médicos afirmam que a exposição prolongada a sons musicais intensos podem provocar o envelhecimento precoce do ouvido. É portanto necessário estar atento e adotar uma postura preventiva, em particular na participação em eventos sonoros significativos, visto que nem tudo quanto é publicitado existe para nos salvaguardar:
A surdez pode resultar de traumatismos das células nervosas provocados pelo ruído. Por este facto deve moderar-se o tempo de exposição aos ruidos ou sons intensos:
Considera-se que existe risco de problemas auditivos para uma exposição de 4 ou mais horas ao nível sonoro de 85 dB. Este limite é portanto reconhecido como o Nível Límite que pode causar danos:
A nossa principal forma de comunicar é a fala. isto é possível graças à utilização das cordas vocais, um tecido musculoso com duas pregas:
As cordas vocais produzem ondas sonoras devido à contração muscular das pregas, sendo que a fala é coordenada pelo cérebro.
No entanto é graças aos ouvidos que podemos compreender a fala visto que estes convertem a energia das ondas sonoras em impulsos elétricos nas células sensoriais da cóclea que por sua vez são transmitidos ao cérebro através do nervo auditivo, (nervo vestíbulo-coclear):
A conversão da onda de choque (onda de pressão) é garantida pelo tímpano, cuja vibração se transmite aos ossículos, constítuidos pelo martelo, a bigorna e o estribo, e posteriormente ao líquido coclear da cóclea que está em contacto com as células sensoriais auditivas que produzem os impulsos elétricos:
Os médicos investigam alterações auditivas com audiómetros, traduzidas por audiogramas que são gráficos que revelam a resposta dos pacientes aos estímulos sonoros. Por regra, é produzido um gráfico para cada um dos ouvidos, no qual é representada a linha inferior de audibilidade. A verificar-se perda auditiva, esta é classificada como leve, moderada, severa ou profunda de acordo com o grau de perda auditiva. Nesse estudo, são produzidos sons graves e agudos para vários níveis da intensidade sonora:
No audiograma está assinalada uma mancha. É a mancha dos sons produzidos pela fala. Por ter forma de banana é chamada de banana da fala e abrange uma área de sons mais agudos, onde se produzem as consoantes, e uma área de sons mais graves, onde se produzem as vogais. Em geral, a perda auditiva mais frequente inicia-se na região dos sons agudos (consoantes).
De acordo com o grau de perda auditiva, o médico pode aconselhar a utilização de aparelhos corretivos como os amplificadores auditivos. Nos casos mais graves de perda auditiva, (severa ou profunda), pode ser aconselhado o uso de implantes cocleares:
A perda de audição com a idade é um fenómeno natural. É um processo que está relacionado com o envelhecimento do ouvido e que é inevitável. É a presbiacusia. No entanto, e ao longo da idade, nem todas as pessoas perdem capacidade auditiva na mesma proporção:
O amplificador auditivo consiste num dispositivo que amplifica a onda de choque do som que chega ao ouvido. O aparelho é colocado no canal auditivo à frente do tímpano e não requer portanto qualquer tipo de cirúrgia ou intervenção no ouvido médio ou no ouvido interno. A sua aplicação é um procedimento simples que é adequado a quem tenha perda de audição leve ou moderada:
Alguns amplificadores requerem uma unidade que se fixa atrás do pavilhão do ouvido (orelha). O dispositivo fica relativamente disfarçado pela orelha:
O implante coclear requer uma intervenção cirúrgica relativamente complexa e os seus benefícios devem ser devidamente equacionados. Só é aceitável a quem tenha perda de audição moderada significativa, severa ou profunda. na maioria dos casos, o procedimento requer a introdução de uma sonda que restabelece parte das funções da cóclea:
O implante coclear é constituído por dois componentes, um interno, que é uma espécie de sonda que produz impulsos elétricos nas células remanescentes da cóclea, e outro externo que é uma espécie de microfone que comunica com o componente interno:
Sou docente de Física e Química em Vila Real - Trás-os-Montes.
Licenciado em Ensino pela UTAD, leciono atualmente na ES Camilo Castelo Branco.