Aprendizagens Específicas:
Conteúdos a Lecionar:
Os iões estão na origem das substâncias iónicas. Estes corpúsculos são portadores de cargas eléctricas. Os fenómenos eléctricos explicam-se admitindo a existência de cargas eléctricas. Por exemplo, pode verificar-se que alguns materiais, em determinadas condições, adquirem novos comportamentos que se explicam a partir do fenómeno da electrização dos materiais. Por exemplo, na atmosfera, as nuvens podem armazenar grandes quantidades de cargas eléctricas e estas manifestarem-se durante uma trovoada com a formação de relâmpagos:
A acumulação destas cargas eléctricas tem origem na fricção das nuvens com as massas de ar. Assim, a fricção de determinados materiais pode estar na origem destes fenómenos eléctricos:
Este fenómeno eléctrico pode ser comprovado em laboratório com a ajuda de um Electroscópio de Folha:
É ainda possível recriar algumas destas situações com equipamentos específicos, capazes de electrizar materiais como o Gerador de Van de Graaff.
Isto quer dizer que os materiais ao serem friccionados adquirem cargas eléctricas. Todos os materiais electrizados atraem ou repelem outros materiais também electrizados.
Acredita-se na existência de dois tipos de carga, positiva e negativa, que em equilíbrio não são perceptíveis. Quando há tal igualdade ou equilíbrio de cargas num corpo, diz-se que está electricamente neutro. É o que sucede com os átomos, que são corpúsculos electricamente neutros, isto é, o número de cargas positivas (protões) é igual ao número de cargas negativas (electrões).
Por exemplo, um átomo de berílio (Be) apresenta 4 protões no seu núcleo. Assim, na sua núvem electrónica, o berílio apresenta igual número de electrões: 4.
Estes fenómenos eléctricos manifestam-se evidenciando forças de natureza repulsiva e forças de natureza atractiva: repulsões e atrações elétricas.
Dois materiais electrizados que se atraem apresentam carga eléctrica de natureza oposta: cargas de sinal contrário.
Dois materiais electrizados que se repelem apresentam carga eléctrica da mesma natureza: cargas do mesmo sinal.
Este facto pode ser confirmado aproximando corpos previamentes electrizados e observando a interacção entre eles:
Nota:
Tipos de Cargas Eléctricas
Os átomos (ou grupo de átomos) podem ganhar ou perder electrões. Quando ganham electrões, originam novos corpúsculos com carga eléctrica negativa. Chamam-se iões negativos ou aniões.
Quando perdem electrões, formam novos corpúsculos com carga eléctrica positiva. Designam-se por iões positivos ou catiões.
Nota:
Os iões podem ganhar ou perder mais do que um electrão. Os iões resultantes são iões polielectrónicos visto que, nestas condições, apresentam mais do que uma carga em excesso.
O Anião Oxigénio:
O Catião Magnésio:
O Catião Boro:
Os iões positivos e os iões negativos representam-se simbolicamente. No quadro que se segue indicam-se o nome e a representação simbólica de alguns iões positivos e iões negativos que se podem encontrar em águas minerais.
Nalgumas embalagens, os iões são indicados simbolicamente:
Noutras apenas é referido o nome dos iões presentes. Em qualquer dos casos é sempre feita referência às quantidades presentes de cada um dos iões (concentração).
Nota:
Regras para a Representação Simbólica dos Iões
Os iões que apresentam apenas um átomo na sua constituição dizem-se iões monoatómicos. Aqueles que apresentam mais do que um átomo, dizem-se poliatómicos.
Nota:
Iões Monoatómicos:
Iões Poliatómicos:
Condutibilidade Eléctrica de Soluções Salinas:
O cloreto de sódio, o vulgar sal de cozinha, é uma substância formada por iões cloreto (aniões) e iões sódio (catiões). Os iões combinam-se constituindo aglomerados gigantes que se designa de rede cristalina de iões. Assim, não existem aglomerados isolados constituidos por apenas dois iões de sinal oposto, NaCl!
Assim, a fórmula química do cloreto de sódio, NaCl, representa a proporção mínima em que se combinam os iões cloro e sódio na rede cristalina.
No entanto, estes aglomerados de iões que constituem a rede cristalina não é uma compactação aleatório dos iões que apenas respeita a proporção mínima das cargas, mas antes uma estrutura gigante e ordenada de iões.
De acordo com a natureza dos iões, existem diversos empacotamentos possíveis para a rede cristalina do composto iónico.
O cloreto de sódio, no estado sólido, é um mau condutor eléctrico. No entanto, em solução aquosa ou fundido, conduz a corrente eléctrica, porque os iões constituintes do cristal de cloreto de sódio separam-se uns dos outros, sendo atraídos para os respectivos eléctrodos. É este movimento que corresponde à circulação da corrente eléctrica.
Fórmulas Químicas de Substâncias Iónicas:
A representação dos iões permite escrever as fórmulas químicas das substâncias iónicas, nas quais esses iões estão presentes.
Nota:
Escrita da Fórmula Química de Substâncias Iónicas
Na escrita da fórmula química de uma substância iónica deve escrever-se primeiro o ião positivo e depois o ião negativo. Deve em seguida procurar-se a proporção de gargas eléctricas entre o catião e o anião, por forma a obter um conjunto electricamente neutro.
Óxido de Alumínio:
Seguem-se alguns exemplos de escrita de fórmulas iónicas, (fórmulas químicas de compostos iónicos):
Cloreto de Cobre (II):
Sulfato de Zinco:
Cromato de Potássio:
Fosfato de Zinco:
Sou docente de Física e Química em Vila Real - Trás-os-Montes.
Licenciado em Ensino pela UTAD, leciono atualmente na ES Camilo Castelo Branco.